quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Promessa de Gente

Gente de ponte

De sombra no chão

De fala rasteira sem atenção

Um trago pra sorte

Esperança cheia na mão

Gente que corre

Pro abrigo da solidão

Gente de Beco

De decorado sermão

De verdade riscada na palma da mão

Um cheiro de morte

Coberta no coração

Gente que sofre

Esquecimento e perdição

Gente de lado

De pouca discussão

De promessa de vida na eleição

Um abraço bem forte

Show da emoção

Gente que engole

Por dia uma desilusão

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

...

Desviar tempo do prazer
Provoca silêncio.
A tristeza é só um personagem
Para não angustiar
O público.

Desviar tempo do prazer
Provoca silêncio.
A alegria é só mais um personagem
Para não angustiar
O público.

Ao desviar tempo do prazer
Viva Silêncio,
Pois como é esperado
O personagem
Que angustia
O público.

domingo, 14 de agosto de 2011

Silêncio

Quando a emoção desconforta
Não há razão para discussão
Somente o silêncio será capaz de entender
Pois as palavras serão previsíveis
O olhar será vago
O toque mais difícil
E a escolha insatisfeita

No conforto da razão
A emoção causa distúrbio
Somente o silêncio será capaz de conter
Pois os sentimentos serão perturbados
O olhar desgovernado
Um toque é quase impossível
E nada será escolhido até esse desaparecer

E o silêncio se vai
Demonstrando sua presença
Sem forma, sem exigência
Somente seu desentendimento
De proporcionar para si mesmo
Qualquer coisa que seja ou pareça
Uma tranquilidade ao prazer

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nosso Desenho

Na partida
O encontro inesperado do estar
Com a lembrança do esboço
Que se torna arte
Ao se vestir de olhar

Na travessia
Algumas explicações
Dos esquemas de cores em confusão
Plano de fundo
Ocupação

Na travessia
Contempladas ilustrações
Destaque aos retoques na composição
Primeiro plano
Harmonização

Na chegada
O pouco tempo de exposição
Para o esboço que é arte
Quando dedica sua melhor parte
Ao acolher observação

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Relação

Tente estar aqui.
Algo entre mim e você.
Faz-se necessário o encontro dos olhares,
A troca de palavras?
É vaidade:
A necessidade de exposição
E a vontade
De se mostrar conhecedor
Para nós mesmos.
A companhia que nos oferecemos
Provoca um turbilhão
Que vive no eterno desequilíbrio
Entre a excitante agitação das nossas idéias
E a destruição da nossa tranquilidade,
De qualquer forma uma construção
De agonia.
Pois para dois sonhadores
Desentender é algo que incomoda,
Óbvio é uma palavra constante,
Dúvida nossa maior inimiga,
Sorte é o que esperamos
E morte não se perde muito tempo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Emoção

Por falta de emoção
A repetição se faz presente
Somente viver os pensamentos
É se fechar em círculos ideais
É expressar na palavra apenas a experiência do pensar
E não o experimentar sedutor do emocionar
Cria-se uma rotina no discurso
Acomodam-se os gestos
E o desencanto configura

Com emoção
A explosão se faz presente
Pensar e Sentir
Sentir para invadir o pensar
Cria-se uma disposição no estar
Acomodam-se os restos
E o encanto é a figura
Para ser próprio
A palavra amar

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pensamento

O pensamento se faz frustrante
Por ter a certeza
Do descontrole que possui
O exprimir não o descansa
A sua liberdade expõe falhas e genialidades
E a conquista de instantes
Em seu eterno envolvimento
De desânimo e felicidade
Seu silêncio é inevitável
Sua forma de granjear surpreendente
Sua insatisfação permanente
Restando somente um espaço
Um lugar isolado
Habitado pela solidão